O papilomavírus humano (HPV) é responsável pela doença sexualmente transmissível mais comum atualmente no mundo.
Embora a maioria das infecções pelo HPV seja assintomática e desaparece espontaneamente, o vírus está associado ao desenvolvimento de tumores malignos no colo uterino, vulva, pênis, ânus e orofaringe, principalmente quando não tratado nos quadros iniciais de infecção.
O câncer de colo de útero é certamente a doença mais comum relacionada ao HPV.
Além disso, o HPV também é a causa de verrugas anogenitais e papilomatose respiratória recorrente.
TRANSMISSÃO HPV
O HPV é altamente contagioso e se dissemina pelo contato com uma lesão (por vezes, imperceptível) na pele ou mucosa, predominantemente durante a relação sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), por meio da saliva, de autoinfecção e de infecção por perfuração ou corte com objetos contaminados pelo HPV.
MANIFESTAÇÕES DO HPV
Quando o sistema imunológico não elimina o vírus naturalmente, a infecção se manifesta basicamente de três formas:
- Clínica: presença de verruga genital, chamada de condiloma acuminado. É a ocorrência mais comum do HPV e facilmente identificada.
- Subclínica: caracterizada pela ocorrência das chamadas verrugas planas, lesões não visíveis a olho nu e identificadas somente com a colposcopia, exame capaz de aumentar em até 40 vezes a visualização da lesão.
- Latente: o vírus fica adormecido, não causa danos e não é transmissível. Só pode ser detectado mediante análise da presença de DNA viral.
TRATAMENTO DO HPV
Não existe um tratamento específico para eliminar o vírus, mas é possível tratar os problemas causados por ele.
Dependendo desses fatores, podem ser utilizados: laser, ácido tricloroacético, creme imunomodulador e eletrocauterização das lesões (verrugas).
Em algumas situações mais avançadas, pode haver necessidade de realização de cirurgia para retirada da lesão.
PREVENÇÃO DO HPV
A vacina é a principal forma de proteger o organismo de infecções no caso de exposição ao HPV, especialmente antes do início da atividade sexual. Por isso, ela geralmente é indicada pelo pediatra, mas o ginecologista também poderá fazê-lo.
No Brasil, atualmente existem duas vacinas comercializadas que atuam contra dois ou quatro tipos de vírus, relacionados às verrugas genitais e ao desenvolvimento de tumores malignos.
As vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), no esquema básico com duas doses com 6 meses de intervalo em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Mulheres e homens de nove a 26 anos de idade vivendo com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos também podem tomar a vacina, sendo o esquema vacinal de três doses (0, 2 e 6 meses).
No entanto, a imunização contra o HPV não é a única maneira de se prevenir contra o vírus. O uso do preservativo é muito importante e o exame Papanicolau é imprescindível. Esse exame é uma ferramenta importante na detecção precoce de lesões precursoras de câncer.
Diretrizes atuais de recomendam o exame para mulheres de 25 a 64 anos, no seguinte esquema: uma análise por ano, durante dois anos. Se ambas derem negativo para câncer cervical, a periodicidade passa a ser a cada três anos.
ESTATÍSTICAS DO HPV
- existem mais de 100 tipos de HPV, dos quais pelo menos 14 são cancerígenos (também conhecidos como tipos de alto risco).
- esse vírus é responsável por quase 100% dos casos de câncer cervical.
- o câncer cervical atinge mais de 16 mil mulheres por ano no Brasil.
- o câncer cervical é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo inteiro e o terceiro mais frequente entre as mulheres brasileiras.
- estima-se que 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV.
- 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida.
Consulte regularmente seu ginecologista e mantenha seus exames ginecológicos em dia.
Diagnóstico e tratamento precoce fazem toda a diferença quando o assunto é o HPV.