Com a avaliação inicial, quando a paciente tem sintomas dolorosos, mas não tem desejo de engravidar, exceto em situações graves em que seria necessário tratamento cirúrgico, é indicado tratamento clínico hormonal e analgésico.
As medicações devem ser mantidas enquanto a paciente apresentar melhora dos sintomas e não manifestar desejo de engravidar.
As pacientes que não melhoram clinicamente após 6 a 12 meses de tratamento com remédio devem ser submetidas a videolaparoscopia para retirada cirúrgica completa dos focos da doença.
Além das drogas analgésicas para o alívio da dor pélvica, o tratamento clínico da endometriose é realizado com medicações hormonais. Veja algumas delas abaixo:”
Anticoncepcionais
Os anticoncepcionais hormonais orais são utilizados com frequência no tratamento da cólica menstrual e também são indicados para prevenir a recorrência da doença após tratamento cirúrgico nas pacientes que não têm desejo de engravidar.
Progestagênios
São usados continuamente, induzindo a paciente a parar de menstruar. Eles podem ser usados na forma de comprimidos, injeções, implantes ou como um dispositivo intrauterino. No entanto, em tratamentos prolongados, ocorrem episódios de sangramento de escape ou intermitentes em até 2/3 dos casos.
Análogos do GnRH
O uso de análogos do GnRH reduz a função dos ovários, resultando em níveis hormonais semelhantes aos da mulher na menopausa. Durante o tratamento há redução significativa dos sintomas dolorosos, que tendem a retornar após a suspensão da medicação. Os efeitos colaterais mais frequentes são ondas de calor (70 a 95%), secura vaginal (18 a 71%), dor de cabeça, diminuição da libido e alterações emocionais.
Tendo essas diferentes opções hormonais, diversos estudos foram realizados comparando as medicações, chegando-se à conclusão que não há superioridade em nenhuma delas.
Com isso, a escolha do tratamento ocorre individualizando cada paciente e sua doença, tendo em vista custo, efeitos colaterais e adesão ao tratamento.
Apenas é preciso lembrar que os efeitos hormonais são dependentes da permanência do tratamento, ou seja, os sintomas podem retornar após a interrupção da medicação.
E fator muito importante: a melhora dos sintomas não significa cura da doença.
As lesões podem aumentar durante o tratamento, o que significa que, junto com as consultas com o especialista, é fundamental realizar os exames de imagem especializados para o acompanhamento da evolução da endometriose.